13/01/2016 15h07 - Atualizado em 13/01/2016 15h08

Aedes aegypti: Fecomércio apoia combate ao mosquito

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio) vai entrar na luta contra o mosquito Aedes aegypti. A decisão foi oficializada, na manhã desta quarta-feira (13), na sede da entidade, em Vitória. No encontro também ficou definido que, em fevereiro, representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) terão espaço em um seminário para abordar o assunto e ampliar a solicitação para que todas as entidades se juntem na guerra contra o mosquito.

Participaram do encontro, na sede do Fecomércio, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, a gerente de Vigilância em Saúde da Sesa, Gilsa Rodrigues, e o gerente de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Francisco José Dias da Silva. O presidente do Fecomércio, José Lino Sepulcri, o diretor-presidente do Sesc, Gutman Uchôa de Mendonça, o assessor de Planejamento, Mário Borgo, e outros diretores da entidade também se colocaram à disposição para mobilizar os sindicatos filiados com o objetivo de combater o mosquito.

Logo no início da reunião, Ricardo de Oliveira falou da preocupação do Governo do Estado com o zika vírus e sua possível ligação com os casos de microcefalia, além da dengue e da chikungunya. O secretário listou uma série de medidas adotadas pelo Governo, por meio da Sesa, como a decreto de Estado de Emergência, a participação do Exército, da Marinha, a aquisição de repelente e inseticida, a atuação dos síndicos nos prédios públicos e os últimos números dos casos de dengue e de zika vírus no Espírito Santo.

O presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, mostrou sensibilidade em relação à questão e abriu as portas das entidades filiadas para ajudar no combate ao mosquito. “Na minha avaliação, não se levava muito a sério quando a questão estava restrita à dengue. E olha que isso já trouxe muitas mortes. Com a mobilização em torno do zika vírus e da sua possível relação com a microcefalia, as pessoas estão mais preocupadas e parece que se cuidando mais”, avaliou.

Ricardo de Oliveira voltou a lembrar que o foco do mosquito Aedes aegypti está presente em quase 75% das residências. Por isso, explica, tem procurado todas as entidades da sociedade civil organizada para ajudar na mobilização contra o mosquito. “Não podemos descansar em nenhum momento. A Fecomércio é uma entidade importante e representativa que certamente vai nos dar uma grande contribuição. Já estamos prontos para participar do seminário da entidade que acontece em fevereiro para levarmos os números mais atuais da dengue e do zika vírus e para pedir essa contribuição no combate ao mosquito”, disse Oliveira.

José Lino lembrou que ninguém está livre do mosquito. “Essa é uma luta de todos nós. É importante que todos façam a sua parte no combate ao foco do Aedes aegypti”, ressaltou o presidente da Fecomércio.

Já a gerente de Vigilância em Saúde da Sesa, Gilsa Rodrigues, fez um relato do que é a microcefalia, lembrou que os números até outubro 2015 eram bastante pequenos, e que as grávidas estão entre as prioridades na proteção, embora o empenho tenha sido o mesmo para evitar que qualquer cidadão fique doente.

Prevenção em casa

Uma vez que dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, as formas de prevenção das três doenças são as mesmas e baseiam-se no controle da proliferação do vetor. São medidas simples, e talvez por isso algumas passem despercebidas. A dica, então, é fazer uma lista com tudo o que deve ser verificado dentro de casa e no quintal para que nenhum item importante seja esquecido.

Outra orientação que deve ser seguida à risca é escolher dias fixos da semana para fazer vistorias e eliminar os criadouros do vetor, pois o ciclo evolutivo do mosquito dura, em média, de cinco a sete dias. Portanto, se a pessoa elegeu o sábado para fazer a vistoria, ela precisa fazer a limpeza sempre nos sábados. Isso porque se numa semana ela fez a vistoria no sábado e na outra deixou para fazer na segunda-feira, por exemplo, já se passou o período evolutivo e novos mosquitos podem ter surgido.

Recipientes como vasilhas de animais domésticos necessitam ser limpos com uma boa escovação nas bordas para retirar possíveis ovos do mosquito. O mesmo deve ser feito com vasos de plantas, tonéis, caixas d’água e a bandeja que fica atrás da geladeira. Aliás, além de limpos, a bandeja detrás da geladeira e os vasos de planta devem ser mantidos sempre sem água.

A escovação desses locais é importante porque a fêmea coloca o ovo na parede desses recipientes e ele pode ficar lá até 450 dias, ou seja, mais de um ano. Assim que entrar em contato com a água, em um ou dois dias o ovo eclode e a larva, que é o primeiro estágio do mosquito, vai para a água. Daí por diante o mosquito completa sua evolução na água e depois vai para o ambiente.

O quintal é outro local que pode se tornar um grande depósito de criadouros do mosquito que transmite dengue e zika, por isso, também deve ser vistoriado toda semana num dia fixo. É importante manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas.

Certifique-se de que as lonas de cobertura estejam bem esticadas para não haver acúmulo de água quando chover. Coloque garrafas vazias de cabeça para baixo, e se por algum motivo tiver pneus no quintal, mantenha-os secos e abrigue-os em local coberto ou descarte-os corretamente se não tiverem utilidade.

Se a casa tiver que ficar fechada por mais de cinco dias, tempo que o mosquito leva para se desenvolver, é importante repassar a lista de verificação antes de sair, lembrando também de manter fechadas as tampas de vasos sanitários e de ralos pouco usados, como os de áreas de serviço e de lazer, que tenham a possibilidade de acumular água; fechar os ralos dos banheiros; e guardar a vasilha de água e de comida dos animais de estimação.

Vida Saudável

Na reunião desta terça-feira (13), o secretário também pediu a colaboração da direção da Fecomércio para ajudar na divulgação do Programa Vida Saudável, lançado no final de 2015 pela Sesa. “Estamos falando de prevenção. Não temos dúvida, mesmo em nível mundial, de que se não houver prevenção, os problemas na área de saúde serão sempre maiores”, reforçou Ricardo de Oliveira.

O secretário explicou à direção da Fecomércio que a intenção é chamar para uma discussão que interessa diretamente às pessoas no seu dia a dia. Lembrou que o programa, no seu início, envolveu três desafios – alimentação saudável, exercício físico e convívio em família – que levaram as pessoas as mudarem seus hábitos para melhor. Deixou claro que esse é um programa de Governo e que será incentivado nos próximos três anos.

A direção da Fecomércio também se mostrou receptiva e se comprometeu a ajudar na divulgação do programa junto aos sindicatos filiados. “Já conhecia o programa e o considerei muito criativo. É claro que a Sesa pode contar com a Fecomércio para que mais pessoas passem a aderir. Temos de conscientizar as pessoas porque essa é uma iniciativa que não trará só resultados individuais. É bom saber que estamos buscando usar o recurso público com qualidade”, disse José Lino Sepulcri.

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