Dúvidas sobre o zika vírus

Fonte: O UOL consultou os infectologistas Ana Freitas Ribeiro, do Hospital Emílio Ribas, e Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, que responderam as principais dúvidas sobre o assunto.

 

 

Tem tratamento para o zika?

Não. Assim como na dengue, os sintomas são tratados com remédios para dor e para diminuir a febre, já que os sintomas somem em sete dias, em média.

 

Há exames que comprovam o zika?

O exame mais utilizado para diagnosticar o zika é o PCR (Reação de Cadeia Polimerase, sigla em inglês), usado para detectar dengue no material genético e que pode indicar zika por exclusão. Neste exame, o zika só é detectado em cinco dias após a contaminação. Caso alguém faça o teste após o período, não será detectado o zika. O teste, no entanto, é caro e restrito.

 

Já tive dengue. Tenho menos chance de ter zika?

Por serem vírus diferentes, há relatos de pessoas que contraíram tanto a dengue quanto o zika. Até o momento, os cientistas acreditam que o humano não fica imune ao zika depois de contrair dengue. Ainda não se sabe se a pessoa se torna imune ao zika após contrair a doença uma vez

 

O aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus zika?

O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus zika e o surto de microcefalia na região Nordeste, após resultado de exame de um bebê cearense, que nasceu com microcefalia e outras más-formações congênitas, ter apresentado o vírus zika em amostras de sangue e tecidos. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

 

Existe uma vacina contra o zika?

Por enquanto não. O processo para a criação de uma vacina é muito longo, haja vista que a própria vacina da dengue ainda está na fase de testes clínicos.

 

Já tive dengue. Tenho menos chance de ter zika?

Por serem vírus diferentes, há relatos de pessoas que contraíram tanto a dengue quanto o zika. Até o momento, os cientistas acreditam que o humano não fica imune ao zika depois de contrair a dengue. Ainda não se sabe se a pessoa se torna imune ao zika após contrair a doença uma vez.

 

Crianças e adultos com zika podem sofrer seqüelas neurológicas?

Ainda não se sabe. Já foi comprovada que a infecção pelo zinka em gestantes tem correlação com a microcefalia. Cientistas suspeitam que o vírus possa atingir o sistema neurológico aumentando o risco de doenças autoimunes como a síndrome de Guillain-Barré.

 

Como as grávidas podem se prevenir contra o zika?

Use repelentes, roupas de manga comprida e evite acumular água parada em casa ou no trabalho. Não use remédios sem prescrição e faça um pré-natal qualificado, com todos os exames previstos. Procure um médico se sentir qualquer um dos sintomas apontados e se pretende viajar para áreas endêmicas

 

Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?

As gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus zika no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação

 

Qual o tratamento para a microcefalia?

Não há tratamento específico. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança. Como cada criança desenvolve complicações diferentes – entre elas respiratórias, neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de suas funções que ficarem comprometidas. No SUS (Sistema Único de Saúde) estão disponíveis serviços de atenção básica e de reabilitação, além de exames e colocação de órteses e próteses

 

É possível detectar a microcefalia apenas com ultrassonografia?

Sim. No entanto, somente o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado

 

Como é feito o diagnóstico da microcefalia?

Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). A má-formação pode, ainda, ser confirmada com exame de tomografia

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