Chikungunya
A doença
É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
O chikungunya foi identificado pela primeira vez na Tanzania, em 1952. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, desde 2005 quase 2 milhões de casos foram informados na Índia, na Indonésia, nas Maldivas, em Mianmar e na Tailândia. Houve epidemias da doença na ilha francesa de Reunião, a leste de Madagascar, em 2006, e no norte da Itália, em 2007.
Em 2004, cerca de 60% dos habitantes das Ilhas Reunião, um departamento francês no Oceano Índico, se infectaram. A doença deixou a população debilitada e afetou gravemente a economia. Ninguém podia sair de casa para trabalhar, estudar ou consumir. Houve 266 mil casos e apenas 256 mortes – o que significa uma taxa de letalidade de 0,1%. Mais tarde, na epidemia indiana de 2006, houve 1,3 milhão de casos e nenhuma morte. Os caribenhos, acostumados às agressões do vírus, dizem que o chikungunya não mata, mas aleija.
Mitos e Verdade O medo de adoecer por causa da chikungunya leva as pessoas a utilizarem alguns métodos que nem sempre são eficazes para o combate ao mosquito. Precisamos saber que o melhor remédio para combater a doença é a atitude de cada um de nós. Chikungunya é um problema real. É uma doença série que pode causar a morte. É universal e acomete pessoas de todas as classes sociais. Por isso, somente com a adoção de novos comportamentos em nosso dia-a-dia poderemos contribuir para a prevenção e o controle da ocorrência da doença em nosso meio... em nossa rua... em nosso bairro... em nossa cidade... ou seja, no lugar onde estivermos. Para que você seja um eficiente agente de controle de combate à doença, confira aqui algumas dicas do que é verdade e do que é que mito e mãos à obra.
Basta secar os lugares onde tem água parada? Não adianta só secar os reservatórios de água parada. Tem de limpar também. O ovo do mosquito pode se manter viável por mais de um ano na água. O mosquito da chikungunya pica apenas durante o dia? O mosquito pica apenas durante o dia, mas não faz zumbido É verdade que apenas a fêmea pica? Sim. Ela necessita do sangue em seu organismo para amadurecer seus ovos e assim dar sequência no seu ciclo de vida. Ela pode colocar até 500 ovos durante seu tempo de vida, que varia de 30 a 45 dias, tempo suficiente para picar até 300 pessoas. Velas de citronela ou andiroba ajudam no combate ao mosquito? Não, pois esses recursos têm efeito temporário e indeterminado. O inhame e o complexo B ajudam na prevenção da doença? Não. As pessoas falam que principalmente o complexo B tem um cheiro muito forte e espanta o mosquito, mas não é verdade. Tomar vitamina B para evitar a aproximação do mosquito não se mostra eficaz, uma vez que o efeito varia de acordo com o metabolismo da pessoa, podendo não repelir o mosquito. É possível distinguir a picada do Aedes aegypti da picada do mosquito comum? Não. A sensação de eventual coceira ou incômodo à picada de qualquer outro mosquito. A água de piscinas pode servir de criadouro para o mosquito? A resposta é: depende. Se a água estiver bem tratada e com a concentração recomendada de cloro, o mosquito não se desenvolve. Já foi comprovado que a água com cloro e a água salgada funcionam como repelentes. Caso contrário, o mosquito pode se desenvolver sim. Aplicar borra de café na água das plantas e sobre a terra ajuda a combater o mosquito? Não. A eficácia da borra de café na dosagem de duas colheres de sopa para meio copo de água não foi comprovada (já foi verificado na prática que a água suja de borra de café desenvolve a larva do mosquito) e a sua utilização não simplifica os cuidados recomendados que são: a eliminação de pratos junto ao vasos de plantas, a colocação de areia até as bordas dos pratos para eliminar a água e lavar pratos com buchas e sabão semanalmente. É verdade que o mosquito se reproduz mais rápido no calor? Quais outros hábitos do mosquito? Sim. No calor, o período reprodutivo do mosquito fica mais curto e ele se reproduz com maior velocidade. Isso explica o aumento de casos da doença no verão. O mosquito fica onde o homem estiver. Prefere picá-lo a qualquer outra espécie e gosta de água acumulada para colocar seus ovos. No período de inverno a população está livre da doença? Isso deve ser considerado um engano. Durante o frio, a larva entra no estado de hibernação e quando voltam as chuvas e as altas temperaturas, as larvas eclodem e há a contaminação novamente. Portanto, o trabalho de vistoria de quintas, terrenos baldios, estabelecimentos e outros locais, bem como, a busca e eliminação de criadouros do mosquito deve ser feito. O ideal é usar um repelente ou os inseticidas para evitar a picada do mosquito? Precisamos ter bastante atenção quanto a isso. As duas opções podem ser utilizadas, tanto passar o repelente ou fazer uso do inseticida. No entanto, temos de lembrar que o uso desses recursos são paliativos, ou seja, são soluções momentaneamente que não resolvem realmente o problema da doença. Estamos minimamente protegidos temporariamente, pois quando termina o efeito do repelente, por exemplo, estamos novamente expostos ao mosquito que continua nas redondezas e que não teve seus criadouros eliminados. Portanto, o ideal é atuarmos como vigilantes em nossa casa, no trabalho, na creche e na escola de nossos filhos e em outros locais em que tivermos acesso, com o intuito de eliminarmos os criadouros onde o mosquito deposita seus ovos e se prolifera. É verdade que o mosquito não consegue atingir locais altos? Pelo que sabemos a fêmea se alimenta de sangue no início da manhã e mais no final da tarde, o que não impede que aconteça em outros horários. Quanto à capacidade de vôo, sabemos que possui possibilidade de acesso a alturas como, por exemplo, chegar a caixa de água de sua casa, ás calhas e terraços. Por sua vez, sua potencialidade de vôo não atingiria um prédio de quatro andares. No entanto, ele pode chegar a alturas mais elevadas considerando que o mosquito tem possibilidades de usar como transporte elevadores, condução de embalagem materiais em geral, brinquedos, caixas de ferramentas e uma infinidade de outros recursos que podem conduzi-lo até a cobertura de qualquer edifício. Mas suas preferências ainda são as baixas alturas, tendo em vista que, sem fazer esforço, consegue alimentar-se e proliferar-se. Ar condicionado e ventilador impedem as picadas do mosquito? Não. O ar condicionado pode impedir a entrada do mosquito, já que o ambiente está fechado. O que existe de verdadeiro nessa história é que, normalmente, o mosquito se direciona em função da liberação de gás carbônico, feita pelas vias aéreas. Então, pelo fato de o ventilador ou ar condicionado estarem ligados, o gás carbônico fica mais diluído e impediria que o mosquito localizasse a vítima por conta disso. Colocar água sanitária na água ajuda a evitar as larvas? Ajuda. É uma das principais medidas. Colocar uma colherzinha de água sanitária na caixa dágua, na piscina, nas poças de água ajuda a evitar as larvas. Todas as pessoas picadas pelo mosquito transmissor irão desenvolver a doença? Primeiro, é preciso que o mosquito esteja contaminado com o vírus. Porque não se desenvolve uma vacina contra a chikungunya, da mesma forma que foi feito para a febre amarela? O desenvolvimento de uma vacina contra a doença é mais difícil, porque tem que proteger ao mesmo tempo contra quatro tipos. No caso da febre amarela, só existe um tipo de vírus. Como é feito o diagnóstico da chikungunya? Profissionais de saúde devem considerar a infecção pelo vírus chikungunya em pacientes com quadros recentes de poliartrite simétrica, investigando dores crônicas nas articulações. O tratamento sempre deve ser orientado por profissionais capacitados. |