Um total de 88.110 frascos de repelente enviados para o Espírito Santo pelo governo federal, no ano passado, ainda está em estoque na Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e disponível para que os municípios capixabas retirem e distribuam para gestantes de baixa renda. O produto começou a ser enviado em abril de 2017. Foram sete remessas, com 199.140 frascos ao todo, sendo que a última remessa, com 33.630 unidades, foi entregue em dezembro.

A gerente estadual de Vigilância em Saúde, Gilsa Rodrigues, destaca que o fornecimento do repelente reforça a proteção dessas gestantes contra a picada do mosquito Aedes aegypti, evitando a infecção pelo vírus zika, principal preocupação em caso de mulheres grávidas. Isso porque o vírus zika pode causar microcefalia nos bebês, além de outras malformações congênitas, dependendo do período da gestação.

“Temos a presença do vetor em nosso meio e temos o vírus zika circulando em nosso estado. O uso do repelente é uma forma eficaz de proteção, por isso é importante que os municípios retirem esses repelentes e entreguem para as gestantes. O governo federal não sinalizou o envio de novas remessas de repelente, mas com esse quantitativo que ainda está em estoque é possível beneficiar 4.895 mulheres grávidas em todo o seu período de gestação”, argumentou a gerente estadual de Vigilância em Saúde.

Gilsa diz que a orientação do governo federal é para que os municípios entreguem os repelentes para mulheres grávidas cadastradas no Programa Bolsa Família. Segundo ela, cada município tem autonomia para definir a logística de distribuição, mas sugere-se que em cada consulta mensal a gestante receba dois frascos do repelente, cada um com 200 ml.

Em 2017, 89 gestantes no Espírito Santo foram infectadas pelo vírus zika e quatro bebês nasceram com microcefalia, segundo registros encaminhados à Secretaria de Estado da Saúde pelos municípios capixabas. Gilsa orienta que, além de usar repelente, as gestantes se protejam com medidas individuais, tais como manter portas e janelas de casa fechadas ou teladas e usar camisa de mangas compridas e calça.

“Mas a principal medida que todos nós podemos adotar é eliminar os focos de água parada para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, já que sem esse vetor não ocorre transmissão de zika nem de dengue ou de chikungunya”, destacou a gerente estadual de Vigilância em Saúde.

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